Comunicado da ADunicamp deixa ainda mais claro a questão das notas

Posted by GeociênciasGreve2014 on quarta-feira, julho 23, 2014 with No comments

notasAinda sobre a questão das notas
Colocando alguns pingos nos “is”: o que significa “impreterivelmente”?
Os docentes da Unicamp que não lançaram notas no sistema da DAC continuam a receber uma mensagem automática, agora com a informação de que elas devem ser lançadas “impreterivelmente” até o dia 25/07 (sexta feira) às 16 horas. 
Na semana passada, lia-se “impreterivelmente” até o dia 18/07 (sexta feira) às 16 horas – que era o que estava no calendário original. Sabemos que o significado das palavras depende do uso que delas se faz. No nosso caso, “impreterivelmente” significa nada mais que “até o próximo adiamento, enquanto a greve não acabar”.  E, quando a greve acabar, será necessário negociar um calendário alternativo que permita a reposição das atividades, contemplando aulas, avaliações etc. – sem prejuízo da qualidade e seriedade que se espera e se exige da Unicamp.
No passado, já se tentou organizar “dois calendários” paralelos para as “diferentes unidades”, sendo o calendário do “segundo semestre” para onde alegadamente “não houve greve” e “continuação do primeiro semestre” naquelas unidades onde claramente “houve greve”. Isso foi em 2004, ao final da última greve mais prolongada ocorrida na Unicamp. Esse raciocínio não funciona, pois há claramente uma interligação entre as várias Unidades de Ensino e Pesquisa, com disciplinas de serviço etc.: os alunos têm disciplinas em mais do que uma unidade. Na época, a  ADunicamp sugeriu à DAC que verificasse quantos alunos tinham sido atingidos pela paralisação das atividades. A verificação foi rápida e conclusiva: 70% dos alunos entravam nessa categoria, incluindo muitos daqueles de cursos onde alegadamente “não houve greve”.
A situação atual é semelhante. Dados fornecidos por fontes confiáveis indicam que, no momento, é da ordem de 15 mil o número de alunos atingidos, de algum modo, pela greve em curso. Qualquer tentativa de criar um calendário duplo está fadada, como no passado, ao fracasso. Será preciso repensar o calendário como um todo.
Para reconhecer isso, basta repassar alguns pontos do cronograma da DAC.

  • Adequação de matrícula: sem todas as notas, o sistema não poderá adequar as notas e os históricos com os requerimentos de matrículas; isso causará o atraso na matrícula de mais de 15.000 alunos e a não conclusão daqueles que iriam concluir neste semestre; assim sendo, eles não poderão colar grau e nem receberão os diplomas − enquanto não entrarem as notas.
  • Alteração de Matrícula via web: sem as notas e sem adequação, não poderá haver alteração de matrículas no sistema e nem pessoalmente.
  • Prazo para atuação dos Coordenadores, na efetivação dos pedidos de alteração de Matrícula: idem.
  • Matricula dos alunos Remanejados: não poderá ocorrer se não houver adequação das notas e atualização curricular.
  • Inscrição de Estudantes Especiais e início das Colações de Graus: as inscrições dos candidatos à condição de Estudante Especial só poderão acontecer após o término da Alteração de Matrícula; com isso, os mais de mil candidatos não poderão efetuar suas inscrições. Além disso, as Colações de Grau não poderão ocorrer, enquanto não se fecharem as notas, com a devida atualização curricular.
  • Matrícula de Estudantes Especiais: as vagas nessa condição não poderão ser preenchidas.
  • Divulgação das vagas remanescentes via COMVEST: sem os itens acima (notas, matriculas, alterações e remanejamentos internos), não será possível informar o número de vagas remanescentes para a abertura do processo.
A lista acima é apenas uma amostra, há outros prazos nos calendários de Graduação e Pós-Graduação necessariamente impactados pela paralisação das atividades, que já dura cerca de dois meses. Não poderia ser diferente, a não ser que a Unicamp (administração, docentes, funcionários e alunos) estivesse disposta a aceitar alguma espécie de “faz de conta” incompatível com a seriedade da instituição. No momento, o melhor a fazer é continuar procurando soluções para o impasse atual, com negociações sérias e efetivas, de modo a preservar o maior patrimônio da instituição, que são seus recursos humanos, e assim garantir que a Unicamp cumpra adequadamente seu papel de fornecer à sociedade uma educação pública, gratuita, de qualidade e inclusiva. 
Nesse contexto, os interesses individuais submetem-se às soluções coletivas. Isso contempla, dentre outros, o direito inalienável de negociação na data base da categoria e a mobilizar, se preciso, o instrumento da greve – ainda mais numa paralisação que já foi reconhecida como absolutamente legítima pela própria Administração Superior da Unicamp, em mais de uma oportunidade, e de modo devidamente documentado.

Diretoria da ADunicamp

fonte: ADunicamp

Categories: